quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Whiplash (2014)




Desde que comecei a assistir filmes em meados dos anos 80, venho desenvolvendo um conceito para definir o que considero bom, ruim, péssimo e clássico. Não dou bola para o quanto se gasta para produzir a película, tampouco quem atua, ou se o diretor é o da moda. Se nessa vida somos seres imperfeitos, imagina transpor isso para às telas? Tem cada coisa que nem Deus acredita feita por gente renomada, de currículo distinto. Como exemplo sempre penso no De Niro, baita ator, carreira consolidada e laureada, um ator que nos brindou com atuações primorosas, algumas épicas como Touro Indomável e Taxi Driver, mas que chegou na hora da sua aposentadoria e ao invés de parar começou a aceitar atuar em cada filme meia-boca. Ultimamente é um ator que trabalha no automático, apático, sem mais um terço do brilho que teve antigamente.
Mesmo que o filme seja muito bom, imperdível, não é garantia que chegará a se tornar um clássico. A sensação ao final de Whiplash é exatamente essa, um excelente filme, mas não acredito que será uma obra-prima.
J.K. Simmons nos brinda com a melhor atuação de sua extensa carreira, em termos práticos, o filme perde a graça toda vez que ele não está em cena.
Sinceramente, não fosse J.K. nesse papel, dificilmente Whiplash teria metade das críticas positivas que tem, seria ainda assim um bom filme, mas sem a mesma emoção que sentimos ao assisti-lo. Pelo que pesquisei, seu custo total não chega a 10 minutos do que custa em média um blockbuster, eis a prova que o cinema ainda trata de arte, emoção e conteúdo e não orçamentos robustos, explosões, tsunamis e criatividade zero.
O melhor de tudo é que Whiplash não é apenas mais um musical (o que seria um rótulo comum, uma vez que trata-se de um baterista perseguindo seu sonho), é um drama muito bem escrito, e melhor ainda desenvolvido através de um trabalho impecável de direção.
A edição e fotografia se destacam. A trilha sonora é outro ponto forte, encaixa perfeitamente com o que está sendo vivido cena à cena.
Nota 9,0. Consegue ser tudo aquilo que os blockbusters tentam e nem chegam perto.
Era isso, vamos para o próximo...

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